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A quarta edição do Festival Todos apresenta-se de novo sob o signo da interculturalidade em Lisboa, mas desta vez com uma novidade de alargamento territorial. Depois de ter dedicado três edições exclusivamente ao bairro que une a Mouraria ao Martim Moniz e ao Intendente, desta vez, abalança-se a estender a sua programação a uma outra zona de Lisboa: S. Bento e o Poço dos Negros.

 

A História da chegada de comunidades africanas àquele bairro é antiquíssima. Hoje, este bairro caracteriza-se por ter uma população cosmopolita, que convive nas ruas apertadas e íngremes. Indianos e paquistaneses, brasileiros e africanos, estudantes de todas as nacionalidades vindos através do programa Erasmus, trazem a este bairro que  também mantém as suas tradições portuguesas, na arquitectura, nas antiguidades e velharias, nos cafés,  barbeiros, e os seus residentes, uma atmosfera que cruza ventos do oriente com os do ocidente, num lugar que dá vontade de conhecer melhor.
A programação prolonga-se pela primeira vez, por dois fins-de-semana.O público é convidado a vir e a voltar, para seguir uma rota de espectáculos de grande público e de intimidade, de experiências gastronómicas que desta vez alcançam Timor, Xangai, Cabo Verde, o Alentejo, a cozinha europeia, São Tomé e Príncipe, Guiné, Nepal e Goa. Um baile oriental, para dançar com residentes asiáticos que vivem na Mouraria. Haverá peças de pequeno formato de Teatro, Dança e muita música em lojas e restaurantes para as crianças acompanhadas de adultos. Uma orquestra de pequenos músicos acenderá as emoções de uma bailarina na rua…
Os espectáculos nesta edição foram especialmente escolhidos a pensar na história já percorrida deste Todos. Será que um festival tem uma personalidade que nasce e amadurece? Será que um festival tem um corpo com braços que se estendem para além de si? Será que o Todos será cada vez mais de Todos?
Na Mouraria ecoará na noite de abertura, o som da Orquestra Todos que, ao lado de elementos da Orquestra di Piazza Vittorio, fará o maior concerto de todos os Todos. O Circo MANDINGUE que chega da Guiné Conacri traz-nos a força incrível da África Negra que se mostra nas danças contorcionistas e acrobáticas desta trupe impressionante de bailarinos. Haverá um conjunto de propostas para que pessoas do bairro, pessoas de toda a Lisboa e públicos, possam “meter as suas mãos na massa” do festival. ARRAIAL, será um exemplo: Um espectáculo de dança e música ao vivo da Companhia Circolando, traz à Mouraria o universo das festas do norte de Portugal, que contará para além da participação de oito  bailarinos e a banda Dead Combo, com cinquenta residentes de ambos os bairros, pessoas e crianças oriundas de todos os cantos do mundo. A companhia francesa Kumulus irá abrir o segundo fim de semana do Todos num parque de estacionamento, na Rua D. Luís I, em Santos, com um espectáculo que fala do desabamento do valor humano, das cidades do lixo e da vida invisível de uma polis aparentemente  desmoronada. Um espectáculo pungente e dotado de uma actualidade desarmante. O Todos está aí, para viver a cidade por dentro. É no interior deste festival, agora com braços, que a respiração do mundo que vive em Lisboa, se sente melhor. Não hesite, venha e traga todos consigo.